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Brumadinho: como psicólogos podem ajudar?

O que aconteceu em Brumadinho?


Brumadinho é um município na região metropolitana de Belo Horizonte, em Minas Gerais. Em sua zona rural existe uma região de mineração ligada à empresa Vale. Inesperadamente, por volta do meio dia do dia 25 de janeiro de 2019 ocorreu o rompimento de uma barragem. Por isso, cerca de 13 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério de ferro da Mina do Feijão escoaram provocando vasta destruição. Por consequência, os danos atingiram não só funcionários da própria Vale, assim como se estendeu por quilômetros soterrando locais onde existiam casas, hotéis e comércios. Por hora, foram identificados 160 dos 165 mortos encontrados. Há ainda 155 pessoas desaparecidas.

Nos últimos dias, houve um intenso de esforço para resgatar vidas. Nesse sentido, há civis e militares oriundos várias regiões e até de fora do país deslocados para a região. Certamente, algo desta magnitude exige intenso trabalho de várias frentes envolvendo várias especialidades. Muito deve ser feito para diminuir ao máximo os danos e para evitar que algo assim se repita.

Podemos pensar que ocorreu também um “desastre psicológico?

As situações de emergências e desastres trazem também um profundo abalo psicológico. Nesse sentido, de forma súbita, a vida deixa de ser como era. Tais mudanças inesperadas e dolorosas provocam adoecimento e sofrimento psíquico.

Deste modo, embora possa parecer estranho ler esta expressão, ela faz todo sentido quando conseguimos de algum modo nos colocar no lugar das pessoas impactadas diretamente pelo que ocorreu em Brumadinho. É uma situação extremamente atípica que mudou a vida de milhares de pessoas para sempre.

A psicologia das emergências e dos desastres

Há uma área de estudo dentro da psicologia que trata de como psicólogos podem ajudar em situações como esta. Este tema é discutido no mundo todo. Aqui no Brasil há até uma instituição que trata desse assunto: a Associação Brasileira de Psicologia nas Emergências.

Abrapede

Em síntese, neste ramo do saber há algumas questões que são consideradas consenso. Eu gostaria de destacar algumas delas.

  1. Em todo desastre físico, haverá também um desastre psicológico.
  2. A extensão do dano psicológico sempre irá superar a do dano físico
  3. Reações comuns incluirão depressão reativa, perda e luto, ansiedade generalizada intensa e estresse pós traumático.
  4. Estas reações são comuns e, espera-se, vão passar com o tempo. Enquanto isso, psicólogos podem prestar ajuda com a finalidade de acelerar a resiliência natural. Além disso, o acolhimento psicológico contribui para o recuo da dor associada ao evento mais rapidamente do que ocorreria de outro modo.
  5. As comunidades nunca se recuperam verdadeiramente de um desastre até que uma infraestrutura psicológica de resiliência seja criada.

O CRP-MG e o CFP na ajuda para Brumadinho

Logo que a tragédia ocorreu o CRP-MG iniciou contato com a categoria nas redes sociais. Em seguida, o CRP-MG chamou por psicólogos que quisessem se voluntariar.

Por consequência do rompimento da barragem, parte dos profissionais dos equipamentos públicos de saúde mental deslocados para a região. OS voluntários entrariam como uma força extra na prestação de assistência às vítimas.

O Conselho Federal de Psicologia soltou uma nota em que relata incentivar a criação de comissões nos conselhos regionais destinadas para o tema dos desastres e emergências. A nota acrescenta que o rompimento da barragem veio “devastando a comunidade e o meio ambiente, causando mortes e o desaparecimento de centenas de pessoas”. (CLIQUE AQUI PARA LER A NOTA DO CFP NA ÍNTEGRA)

O CRP-MG soltou também uma nota em que critica o descaso que levou ao desastre. Ele comenta que o rompimento da barragem espalhou “um mar de danos morais, sociais e ambientais a todas as localidades do entorno.” (CLIQUE AQUI PARA LER A NOTA DO CRP-MG NA ÍNTEGRA)

Como psicólogos ajudam em emergências e desastres?

Ainda que psicólogos não ofereçam psicoterapia nestas situações, eles podem ajudar as pessoas a reconstruírem sua própria força interior e a iniciarem um processo de recuperação. Isto pode incluir ajudar as pessoas a tomarem pequenos objetivos concretos ou facilitar o caminho delas para se conectarem com outras pessoas enquanto aprendem a enfrentar os desafios emocionais e a falta de estrutura provocada pelo desastre.

Por fim, é preciso que se saiba que sempre que há desastres, não importa a intensidade, psicólogos são chamados para ajudar. Além disso, para um observador externo, pode ser difícil diferenciar o psicólogo dos outros voluntários. Sem dúvida, os psicólogos têm um treinamento especial relação de ajuda. Deste modo, eles podem não só ajudar pessoas a lidar com estresse ou com fortes emoções, como também oferecer uma contribuição importante no suporte emocional após um desastre.

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